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O cristianismo não é uma opção

13 de novembro de 2012

O pensamento moderno está tão impregnado da linguagem cientificista que a própria percepção da realidade torna-se afetada por isso. Inclusive, diferente do que muitas pessoas acreditam, a linguagem afeta, sim, o imaginário e a própria imaginação e, quando ela se reduz a mimetizar os lugares-comuns de um dialeto padronizado, as pessoas perdem a capacidade de compreender as coisas além do que já está determinado pelos institutos da verdade científica.

Mesmo os cristãos, por estarem inseridos em uma sociedade já contaminada pelo linguajar moderno, acabam sofrendo com a restrição do imaginário e, ainda que tenham o suporte da Revelação, muitas vezes acabam enxergando-a de maneira bem mais limitada em relação a como ela se apresenta.

Então, vemos cristãos que enxergam sua própria fé apenas como uma manifestação específica de parte da realidade. Vêem o próprio cristianismo como uma opção religiosa e uma alternativa entre tantas outras que há. Acreditam, sinceramente, que escolheram ser cristãos porque entenderam que a proposta cristã é apenas melhor que as outras. Pior que isso, muitos entendem que simplesmente se identificaram mais com o cristianismo do que com alguma outra forma de manifestação religiosa existente.

Tudo isso nada mais é do que o reducionismo do cristianismo. Enquanto ele é percebido como uma opção, uma proposta entre outras ou uma alternativa, ainda que melhor que as outras, não se terá compreendido bem o que ele é.

Isso porque ele se apresenta, nada menos que isso, como a explicação da própria realidade. Seu discurso é, nesse sentido, absolutamente exclusivista. Não há, dentro da cosmovisão cristã, espaço para outras manifestações religiosas. Simplesmente, ele está certo e tudo o que diverge dele está errado. Se não promove o fim de outras religiões e nem conclama os seus a uma "guerra santa" não é porque entende que outras explicações da verdade têm alguma razão, mas, unicamente, porque o amor ao homem individual é um de seus preceitos fundamentais. Tolera, não concorda.

Nesse sentido estão as palavras de Justino, o mártir, quando afirma que tudo o que já se havia dito de acertado pertencia aos cristãos. Essa ideia era a noção exata de que se o cristianismo trata da explicação da verdade, toda a manifestação dessa verdade era, de alguma forma, pertencente ao próprio cristianismo.

Essa concepção, porém, para o tolerante e ecumênico homem moderno é um absurdo. Mesmo o cristão moderno tem dificuldade de enxergar a intolerância verbal e conceitual que sua fé carrega.

No entanto, há apenas uma verdade, e ela é explicada e fornecida pelo cristianismo.

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